Itatim 21, 22/06/2017

Perdida na Toca: 5+ VII E3 180 metros

Via Perdida na Toca

Hoje finalizamos mais uma conquista no Morro da Toca, a Via Perdida na Toca. São seis enfiadas (de paulista) ou seja, seis de 30 metros. A via começa bem forte, com lances técnicos de 7°. Até a quarta chapeleta a via é dura, mas passado essa parte, se entra em um fantástico mar de agarrões. Entre a última chapa e a primeira parada, é possível proteger usando um camelot 3, e depois passando um cordelete em um buraco na pedra (melhorado com a furadeira, pois era muito pequena para o cordelete de 7mm).

A enfiada seguinte, um 3+, 4° é toda protegida em móvel, boas agarras e toca para cima.

A terceira também é bem bonita, mas nessa se protege em chapeletas (só duas), mas os lances são fáceis e existem boas agarras. A quarta e a quinta enfiadas são bem parecidas, boas agarras e ótimas fendas para proteger normamente com camelots #2 ao #4. Em cada enfiada existe uma chapa, que diminui alguns esticões e ajuda na navegação.

Cris Jumareando a Primeira enfiada

A sexta e última enfiada é o file da via, e com certeza o lance mais bonito que conquistei nessa viagem. Saindo da parada segui na direção de um muro de pedra alaranjado, com uma passagem ligeiramente negativa (um pequeno teto), protegi com os camelots #1 e #2, e ensaiei algumas vezes a passada, fui, voltei, descansei um pouco, tomei coragem e toquei para cima. O domínio do tetinho não tem agarras muito boas, mas depois que sobe os pés alto é possível alcançar uma agarra espetacular (um pouco fina, não passando muita confiança) mas se mostrou firme.

Muro laranja, a parte mais bonita da via.

Passado o tetinho cheguei em outra fenda e protegi com os camelots #3 e #4 (não ficaram 100%, mas bem confiáveis). Subi mais uns cinco metros, bati uma chapa, e depois estiquei até a marca dos 30 metros, parando uns poucos metros do cume. Tudo filmado pela Gopro®.

Bati os dois grampos da parada e chamei a Cris, que veio ligeira, mas em algum ponto ela encostou o capacete na parede (provavelmente no tetinho) e a Gopro® caiu, sem ela se dar conta. Quando ela chegou perguntei se tinha guardado a câmera, ela disse que não. Já era. Então, fizemos as fotos do fim de via com o telefone e iniciamos o rappel, sem ir no cume, pois já fizemos isso duas vezes em uns 10 dias na toca.

Na descida procuramos pela máquina na base, mas nem sinal dela, talvez ainda esteja na parede. Possivelmente sábado vamos repetir a via e ver se achamos a máquina em algum platô por baixo do tetinho. A parte material não é importante. Pior é não achar a máquina para pelo menos resgatar o cartão com as fotos e imagens dos últimos 3 dias, incluindo a passagem maneira pelo muro amarelo, no fim da via.